"Os alunos procuram no empreendedorismo alternativas profissionais", 26-05-2009, por CARLA CASTRO, Fonte: Diário Económico/ Suplemento3

18-03-2010 20:50

 "Os alunos procuram no empreendedorismo alternativas profissionais"


Belén de Vicente diz que participar nesta competição é estar no mapa dos MBA internacionais ao lado das mais prestigiadas escolas europeias.

CARLA CASTRO

A directora executiva do Lisbon MBA conta, em entrevista ao Diário Económico, como foi trazer para Portugal o 'European Business Plan of the Year'. A ideia partiu de um aluno curioso e a negociação foi feita pelo professor da cadeira de empreendedorismo, Frederick Lehmann, que é quem leva os alunos à final, funcionando como 'coach' da equipa. No ano em que a equipa portuguesa é a anfitriã, Belén de Vicente diz que esta tem um projecto muito interessante e inovador. O que mais interessa não é ganhar, mas antes conquistar os investidores.

- O que significa para o Lisbon MBA trazer esta competição a Portugal?

- Participar neste concurso com estas escolas é estar no mapa dos MBA internacionais. Acolhê-las cá é um prestígio enorme e um desafio, na medida em que mostramos às outras escolas que também somos capazes de fazer as coisas bem feitas. Será a 17ª edição desta competição europeia onde participam as principais escolas de gestão ao nível do MBA.

- Como foi trazer o concurso para Portugal?

- Portugal só participou o ano passado, porque houve um aluno do nosso clube de empreendedorismo, que descobriu na Internet este concurso internacional e viu que a Nova e a Católica não participavam. Colocou-nos a questão, pareceu-nos interessante e resolvemos preparar uma equipa para mandar ao concurso. As equipas vão e levam um 'coach', que é o professor de empreendedorismo da escola e que ajuda os alunos a prepararem-se para participar no concurso. No nosso caso foi o professor Frederick Lehmann, que seleccionou a melhor equipa de todas as que tinham participado na cadeira de empreendedorismo do ano passado. A equipa portuguesa não ganhou, mas ficaram interessadíssimos no concurso. O professor Lehmann fez todas as diligências para trazer a Portugal a 17ª edição e com o aval das direcções, conseguiu trazer para cá a organização da edição deste ano, que vai decorrer nos dias 29 e 30 de Maio.

- E esse aluno foi seleccionado?

- Não, porque era do primeiro ano. Este ano participou no concurso nacional, mas não está na equipa que vai à final.

- Como se constituem as equipas?

- Na competição nacional, no âmbito da cadeira de empreendedorismo, os alunos preparam um plano de negócios de uma empresa que querem lançar. São divididos em grupos de cinco e desenvolvem o seu plano ao longa da cadeira, onde se pede que apliquem todos os conceitos que aprenderam nas outras cadeiras. Porque o plano de negócios tem sempre uma componente de marketing, de finanças, de recursos humanos,... É uma cadeira prática, porque são negócios que os alunos querem lançar, não são coisas que vão ficar no papel. E a cadeira começa com os alunos a apresentarem as ideias que têm e o professor a dizer se faz sentido avançar ou não. Este ano já tivemos dois professores a dar a cadeira de empreendedorismo.

- Aumentou a procura desta cadeira?

- Sim. O ano passado tivemos uma turma, que tem 18 alunos, e este ano temos duas. Isto é importante, porque dada a situação económica actual tantos alunos a querer fazer a cadeira de empreendedorismo acho que é um sinal de novas alternativas que os alunos estão a procurar em termos profissionais.

- Quantas equipas participaram no concurso nacional?

- Tivemos nove equipas a participar com cinco elementos cada. Lá fora a organização depende de cada escola. A única coisa comum é o concurso internacional. O que acontece é que as nossas equipas, durante 3 meses em que dura a cadeira de empreendedorismo, desenvolvem os seus planos de negócios e no dia 24 de Abril foram apresentados formalmente a todos os seus colegas e aos convidados que trouxemos e que vão ser os patrocinadores deste evento apresentar os seus planos de negócios e vão fazê-lo de uma forma muito profissional porque sabem que estão em jogo duas coisas: a escolha do melhor para ir para o concurso e o conseguir que as pessoas do júri de alguma forma fiquem interessadas nos planos de negócios. O júri são empresas de capital de risco e investidores. Temos neste caso concreto o AICEP Capital Global, a Inov Capital e um estrangeiro, que só vem ao concurso internacional, que é o Living Plan IT , empresa que investe em projectos de tecnologias inovadoras. Tivemos um júri com estes elementos destas empresas mais o presidente da associação de antigos alunos.

- Em que fase é que são feitos os contactos com os investidores?

- Às vezes, quando chegam à competição internacional já têm. Porque acreditaram tanto na ideia que não estão à espera do concurso internacional.

- A equipa portuguesa já tem investidor?

- Não. Penso que eles estão à procura de um investidor internacional.

- A equipa portuguesa tem hipóteses de ganhar?

- Não sei. A equipa que foi o ano passado diz que as ideias eram muito boas, mas sobretudo os alunos vão preparadíssimos para vender a ideia não só ao júri, mas também aos investidores. Os alunos contaram que as pessoas usam argumentos de venda, vão vestidos de determinada forma, levam anúncios, produtos. É uma venda total da ideia, porque o que eles querem é dinheiro para arrancar com o negócio. O mais importante é que os alunos concretizem as coisas e tirem deste MBA essa capacidade de fazer. Não é um exercício académico, com uma ideia muto boa, que depois morre na sala. A empresa cria-se e há um plano de negócio por trás.

Conheça as principais etapas a seguir para a elaboração de um plano de negócios

Apresentar bem um projecto é fundamental para o seu sucesso.

Ter uma boa ideia e organizá-la sob a forma de um projecto estruturado é o primeiro passo para a sua concretização. Contudo, existem regras a seguir na construção de um plano de negócios, para assegurar que a iniciativa chega a bom porto. Saiba quais são os principais passos para garantir o sucesso do seu projecto.

1. SUMÁRIO EXECUTIVO

O sumário executivo condensa as ideais-chave do plano de negócios, por isso é o seu capítulo mais importante. Sem ultrapassar as duas páginas, é aconselhável fazê-lo apenas depois do primeiro rascunho do plano. Objectivo do projecto, mercado potencial, concorrência, "know-how" disponível, competências da equipa, estratégia de implementação e configuração institucional são os indicadores a analisar aqui.

2. O NEGÓCIO E O MERCADO

Esta rubrica pode variar entre duas e quatro páginas, devendo conter uma descrição dos produtos ou serviços a comercializar, objectivos para a empresa e menção às competências específicas dos seus "know-how"). O capítulo do mercado pode ter até cinco páginas, com o foco alvo a atingir no negócio, as principais tendências do respectivo sector de actividade análise da concorrência e potenciais barreiras de entrada no mercado. Não esquecer a análise SWOT - "strenghts, weaknesses, oportunities and threats".

3. O PLANO DE MARKETING

Depois de especificar o mercado-alvo é preciso detalhar como serão promovidos e vendidos os produtos ou serviços da empresa. Também é necessário quantificar as necessidades previstas dos clientes e a respectiva estratégia para as satisfazer. Do plano de marketing devem constar contexto macro-económico, gama de produtos ou serviços a comercializar, estratégia comercial, parcerias, preços, previsão de vendas e modelo de diferenciação (com marca, promoção e comunicação, fidelização, qualidade e política de preços).

4. MANAGEMENT E IMPLEMENTAÇÃO

O grande desafio do management é convencer quem leia o plano de negócios de que a equipa responsável pela gestão do projecto tem qualificações e capacidade para levar a ideia do negócio avante. Este capítulo pode ir até duas páginas, em que se descresva a estrutura organizativa e a equipa dos recursos humanos com perfis e funções dos seus colaboradores.

A implementação serve para detalhar o processo de comercialização, podendo ocupar até seis páginas. Para esse fim, devem incluir-se cronograma, localização, organização do arranque, definição de procedimentos, sistemas de informação e política de formação.

5. ANÁLISE ECONÓMICO-FINANCEIRA

Com um limite de cinco páginas, devem aqui perspectivar-se os primeiros três a cinco anos de actividade. No site do IAPMEI poderá fazer o download de modelos adaptados a vários negócios. Cálculo de estimativa de custos, investimentos necessários e resultados previsíveis serão os campos de análise.

6. PLANO DE CONTINGÊNCIA

O plano de contingência visa identificar os riscos que o projecto pode vir a enfrentar, assim como as soluções para os controlar, caso isso aconteça. Numa ou duas páginas, deve ser feita uma análise às variáveis mais críticas de acordo com o tipo de negócio, seguida de estratégias de saída.

Baseado no "O plano de Negócio, Vasco Bordado, Divisão de Investigação da AESE - Escola de Direcção e Negócios.

 

https://www.ver.pt/conteudos/Detalhes_Clipping_Sector.aspx?Ev=5323

 


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